#PorQueEu? Precisamos falar de racismo nas abordagens policiais

Ano
2021
O que é?
Levantamento sobre percepção de racismo nas abordagens policiais
Apoio
Instituto Betty e Jacob Lafer; e Fundo Brasil de Direitos Humanos

Campanha e levantamento sobre percepção das abordagens policiais do ponto de vista do grupo mais impactado pela   filtragem racial: a juventude negra

Em São Paulo, apenas em 2020, aconteceram quase 12 milhões de revistas pessoais (segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado). Na teoria é como se, aproximadamente, 1/3 da população do estado passasse por abordagens policiais. Na prática, essas milhões de abordagens se repetem várias vezes com um só grupo: a juventude negra e periférica.

Esses são os poucos dados públicos que existem sobre  abordagens policiais no Brasil. No Rio de Janeiro, o Instituto de Segurança Pública (ISP) sequer tem informações quantitativas a respeito do procedimento.

Os dados disponíveis sugerem, no mínimo, ineficiência. Voltando à São Paulo, ainda que em 2020 tenham sido realizadas quase 12 milhões de abordagens, no mesmo período foram feitas pouco mais de 100 mil prisões em flagrante. Se fosse feita uma relação direta entre os dois números, seria possível observar que 11.857.625 revistas pessoais não encontraram nada. 

As prisões em flagrante são a grande porta de entrada do sistema de justiça criminal. O policiamento ostensivo, portanto, tem um papel fundamental no super encarceramento, que afeta desproporcionalmente a população negra.

Mas que protocolos orientam a atuação da polícia? O Judiciário e a sociedade os conhecem? Por que jovens negros são o principais alvos das revistas pessoais? Discriminar faz parte do treinamento?

Para obter respostas, o IDDD em parceria com o data_labe (laboratório de jornalismo de dados do Conjunto de Favelas da Maré), lançou a campanha #PorQueEu?, que visa reunir dados sobre racismo nas abordagens, partindo da experiência das pessoas que são mais frequentemente abordadas. A iniciativa quer com isso pressionar as autoridades a fazerem seu papel  no controle da atividade policial no Brasil. 

Como contribuir

Você já passou por abordagens discriminatórias? Conhece alguém que tenha vivenciado a mesma situação? Se você pode contribuir ou conhece alguém que pode, é só preencher ou indicar o formulário da pesquisa: http://bit.ly/porqueeu

A participação é anônima e protegida por criptografia, o que garante sigilo completo e segurança do respondente.