Por Cleyton Vilarino e Fernando Raposo
Foto: André Brasil e Alice Vergueiro

A mudança foi percebida principalmente após as investigações que revelaram o envolvimento do irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o jogo do bicho. A operação, conhecida como “Xeque Mate”, gerou uma concentração das investigações sob a tutela do Palácio do Planalto, dando um aspecto mais político à atuação da instituição. “Querendo ou não, você acaba preservando pessoas pertencentes a esse escalão político”, destacou Mário Cesar.
Segundo Dora Cavalcanti Cordani, ex-presidente e conselheira do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), o tratamento das informações vindas de órgãos oficiais como a Polícia Federal e o Ministério Público requerem cautela. “Não seria o caso de uma censura prévia, mas de cautela”, emendou.
Censura é justamente o que Alberto Bombig, da revista Época, alertou como solução problemática que pode ser levantada por “oportunistas que queiram regular a mídia no sentido de restringi-la”. Ele reconheceu que existem excessos e coberturas que são feitas de forma irresponsável e que expõem as coisas de forma atrapalhada, mas ressalta que elas não são desculpa para transformar a imprensa em vilã. Trata-se, segundo ele, de um mau jornalismo. “O bom jornalista respeita o direito de defesa porque ele pode evitar que se publiquem erros”, concluiu Bombig.
Publicado originalmente no Site do Seminário ” O Crime e a Notícia” : ocrimeanoticia.wordpress.com