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Sesc 24 de Maio dedica programação completa ao sistema de Justiça

Entre os dias 11/7 e 9/9, o Sesc 24 de Maio vai abrigar uma programação completa sobre a situação do sistema de Justiça brasileiro. A iniciativa deriva de uma parceria com a Rede Justiça Criminal – da qual o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa) faz parte – e é um desdobramento da campanha “Encarceramento em Massa não é Justiça”, lançada pelo coletivo de entidades em 2017.

As mazelas do sistema prisional e as distorções do sistema de Justiça brasileiro vão inspirar debates, espetáculos, exposições e sessões de cinema. No saguão de entrada do Sesc, o público também poderá participar da instalação em realidade virtual “Realidade Visceral”, que reproduz o ambiente de uma cela superlotada. A maior parte das atividades tem entrada gratuita.

Até junho de 2016, 726 mil pessoas estavam presas no Brasil, sendo que 40% delas sem condenação definitiva. Os números colocam o Brasil na terceira posição entre os países com a maior população carcerária do mundo.

A campanha “Encarceramento em Massa não é Justiça” foi lançada em 2017 pela Rede Justiça Criminal para lançar luz sobre essa realidade e cobrar mudanças na política criminal brasileira. Clique aqui para acessar o site da campanha.

Sobre a Rede Justiça Criminal

A Rede Jusiça Criminal é formada pelo CESeC (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), Conectas Direitos Humanos, Gajop (Gabinete de assessoria jurídica às organizações populares), DDH (Instituto de Defensores de Direitos Humanos), IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Instituto Sou da Paz, ITTC (Instituto Terra, Trabalho e Cidadania) e Justiça Global.

Veja o vídeo da campanha.

Confira a programação do Sesc 24 de Maio para o mês de julho:

Realidade Visceral

11/7 A 08/9 – 09H ÀS 21H (e de domingo das 09H ÀS 18H)

A instalação propõe uma experiência de realidade virtual na qual a/os espectadora/es são convidada/os a entrar em contato com a encenação da realidade de uma prisão superlotada e com o tema do encarceramento no Brasil. Com o auxílio de um óculos de realidade virtual, o público é convidado a assistar a um filme feito em 360º, no qual Emerson Ferreira, egresso do sistema carcerário, narra sua história e a de outros companheiros.

A Rede Justiça Criminal é formada por oito organizações não-governamentais engajadas na crítica ao encarceramento como resposta preponderante do Estado ao conflito com a lei. Fazem parte da Rede: Centro de Estudos em Segurança e Cidadania (CESeC); Conectas Direitos Humanos; Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP); Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC); Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD); Instituto Sou da Paz; Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH); e Justiça Global.

Local: Praça (Térreo)

Comunidade Carcerária

24/08 – 20h

No extinto presídio do Carandiru, casa de detenção de São Paulo que foi a maior penitenciária da América Latina até ser desativada em 2002, o Pavilhão 8 era destinado aos presos mais respeitados, reincidentes e habituados às regras da cadeia. Foi lá que, há duas décadas, Claudio Cruz (Kric MC), Flavio Sousa (FW) e Washington Paz (WO) se uniram para formar o grupo de rap Comunidade Carcerária. Integram ainda o grupo Emylin e DJ Wsul e, neste momento, divulgam seu novo trabalho, Guerreiro da Paz.

Local: Convivência (3º andar)

ConverSarau:

Estrangeira/os Presa/os no Brasil

29/8 – 19H ÀS 21H

De acordo com o último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), mais de 60% dos estrangeiros presos no Brasil estão em unidades prisionais do Estado de São Paulo. Este ConverSarau propõe como debate conversar sobre quem são essas pessoas e por que elas estão presas, e quais são as medidas necessárias para garantir os direitos das pessoas migrantes em conflito com a lei.

Local: Praça (Térreo)

Trilogia do Cárcere (Bra, 2011/2013, 121′)

DIREÇÃO de ALY MURITIBA

31/8 – 19H ÀS 21H

A Fábrica (Bra, 2011, 15′)
Um presidiário convence sua mãe a arriscar a própria segurança para levar um aparelho celular para ele dentro da penitenciária.

O Pátio (Bra, 2013, 17′)
No pátio joga-se bola, capoeira e fala-se de liberdade.

A Gente (Bra, 2013, 90′)
O diretor Aly Muritiba trabalhou por sete anos em uma prisão como integrante da Equipe Alfa. Ele retorna, como cineasta, ao seu antigo local de trabalho para documentar a rotina dos 28 homens e mulheres, que integram a Equipe Alfa, responsável pela custódia de mais de mil criminosos de uma penitenciária brasileira.

Distribuição: Grafo Audiovisual/Olhar Distribuição.

Local: Convivência (3º andar)

01/9  – 20H

Nduduzo Siba é artista sul-africana de raízes Zulu, 30 anos, cantora do espetáculo Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos e integrante do CoralUSP por meio do projeto Voz Própria, coordenado pela professora Carmina Juarez. Desde 2017 tem realizado shows e apresentações artístico-culturais em São Paulo. Devido a um decreto de expulsão do Ministério da Justiça, foi organizada a campanha #NduduzoTemVoz pela permanência de Nduduzo no Brasil.

Local: Convivência (3º andar)

Inútil Canto e Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos

TURMA 66 DA EAD

04/9  – 21H

A peça é um ato-espetáculo-musical sobre o encarceramento no Brasil a partir da obra de Plínio Marcos.
Inútil Canto e Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos é um conto escrito pelo autor em 1977 sobre a morte de detentos que se rebelaram em uma cadeia de Osasco. Na montagem, o conto foi inteiramente transformado em música e é cantado em coro por 19 atores e atrizes em cena, acompanhados por quatro músicos violonistas. Os textos Barrela, escrita em 1959 e Mancha Roxa de 1989, também de Plínio, entraram na dramaturgia ajudando a debater temas específicos dos cárceres masculino e feminino, respectivamente. A encenação narra através do coro, cenas, depoimentos, solos de dança e personagens, trajetórias de homens e mulheres que vivem ou viveram no cárcere.

Local: Teatro (1º subsolo)

Crimes relacionados às drogas são um dos maiores motivos de prisões no país. Na contramão da tendência internacional, o Brasil insiste na guerra às drogas, prendendo muito e em especial uma camada específica da população. Mas como a atual política de drogas e o encarceramento se relacionam no Brasil?

Participantes:

-Ana Clara Teles é pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes, doutoranda do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.

-Nathália Oliveira é socióloga, Coordenadora da Iniciativa Negra por Uma Nova Politica de Drogas e Presidenta do Conselho Municipal de Política de Drogas e Álcool de São Paulo. Também é articuladora da Plataforma Brasileira de Política de Drogas.

-Anfitriã: Jéssica Souto tem 25 anos, ativista de direitos humanos através do Movimentos – Droga, Juventude e Favela. Produtora Audiovisual, Cultural e Compositora.

Local: Praça (Térreo)

Mulheres são convidadas para uma troca de correspondências com outras mulheres que estão na Penitenciária Feminina da Capital (PFC). A partir de dinâmicas, produzem materiais – como cartas, ilustrações, pequenos cadernos etc. – para intercambiar experiências, ideias e desejos com aquelas em situação de cárcere.

Facilitadoras:
Beatriz Cruz, Leticia Olivares, Sandra Ximenez e Vânia Medeiros (Coletivo Teatro Dodecafônico e Coletivo Rubro Obsceno)

Observação: atividade exclusiva para mulheres

Local: Praça (térreo)

*Informações: Sesc 24 de Maio

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